Quantas escolas inovadoras
você conhece?
Sabemos que é necessário inovar para promover um desenvolvimento educativo de
maior qualidade. E que a inovação não precisa necessariamente estar atrelada a
reformas que mudem toda estrutura escolar de uma só vez, mas pode ser
gradativa.
A título de inspiração, no
entanto, trazemos hoje o exemplo de duas escolas que revolucionaram a educação
no cenário em que atuam. Suas ideias, arquitetura e organização que são referências
mundiais, dada a singularidade e resultados.
Fuji Kindergarten, Tóquio

A ideia do projeto veio de
Takaharu Tezuka, ele queria uma escola que atendesse às necessidades e aos
desejos de seus filhos, e fosse centrada justamente na maneira como as crianças
pensam, agem e se comportam. Permitir que as crianças sejam de fato crianças.
“Nós projetamos a escola
em círculo, com uma espécie de circulação infinita. Quando começamos, eu não
tinha noções preconcebidas . Estudar outros jardins de infância era como olhar
no espelho retrovisor de um carro: mesmo se você olhar bem de perto, não
consegue ver nada à frente.”
O design, dessa forma, tem
o objetivo de maximizar o espaço disponível para o jogo e as brincadeiras de
modo seguro, mas sem restrições ao desenvolvimento da criança. Metal, vidro e
madeira são os elementos bases da estrutura, que lembra uma enorme casa na
árvore, com a maior parte de se sua área física ao ar livre.
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Crédito: Tezuka Architects |
“Tivemos que construir em
torno das árvores que já existiam no terreno. Não foi fácil — nós não
poderíamos cortar as raízes, que se espalharam tanto quanto a copa das árvores.
Nós adicionamos essas redes de segurança para que os alunos caiam por entre os
furos em torno das árvores.
Mas eu conheço as crianças
e elas gostam de brincar com redes. Sempre que veem uma rede, elas querem pular
para balançá-la. Essa foi na verdade apenas mais uma desculpa para que eu desse
a elas uma outra maneira de brincar.”
Takaharu Tezuka comenta
ainda sobre a necessidade de promover as crianças espaço para conversarem e se
comunicarem entre si:
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Crédito: Tezuka Architects |
“Hoje em dia, as crianças
japonesas conversam só com computadores. Eu odeio isso. Eu pensei que, se
colocássemos uma pia em cada sala, elas seriam obrigadas a falar umas com as
outras. Há uma frase em japonês , do bata kaigi, que significa ‘conferência em
torno do poço’. As mulheres costumavam se encontrar e trocar informações quando
iam buscar água. Eu queria que as crianças fizessem o mesmo.
Como não há paredes entre
as salas de aula, o barulho flutua livremente de uma classe para a outra, e de
fora para dentro. Takaharu Tezuka considera o ruído muito importante. “Quando
você coloca as crianças em uma caixa de silêncio, algumas ficam muito
nervosas.”
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Crédito: Tezuka Architects |
VEJA AQUI O VÍDEO
Escola da Ponte, Portugal
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Foto: Joaquim Rebelo |
Embora tenhamos comentado
da metodologia da Escola da Ponte rapidamente no texto de personalidades para
ficar de olho em 2016, vale a pena conhecer mais sobre uma das escolas de
referência mundial, que não precisa de aula, sala de aula ou mesmo disciplinas
para ter os melhores índices entre os colégios de Portugal.
Iniciada em 1976, a Escola
da Ponte tem seu sistema baseado em promover autonomia aos alunos, é um colégio
da rede pública cujo projeto funciona a partir do agrupamento de alunos
diferentes idades em torno de interesses em comuns. Sem séries, ou provas.
Os grupos se formam e se
desfazem de acordo com temas e relações interpessoais estabelecidas entre si.
Enquanto os professores não são responsáveis por nenhuma turma especifica, mas
são orientadores educativos de aprendizagem acadêmica e também comportamental.
Sete dimensões formam o
projeto pedagógico:
- Linguística (Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa e Alemã)
- Lógico-matemática (Matemática)
- Naturalista (Estudo do Meio, Ciências da Natureza, Ciências Naturais, Físico-Química e Geografia)
- Identitária (Estudo do Meio, História e Geografia de Portugal e História)
- Artística (Expressão Musical, Dramática, Plástica e Motora, Educação Física, Educação Visual e Tecnológica – E.V.T.
- Educação Musical, Educação Visual, Educação Tecnológica e T.I.C.)
- Pessoal e social (Formação Pessoal, Ensino Especial e Psicologia).
Na Escola da Ponte cada
aluno escolhe ainda, um tutor dentre toda comunidade escolar, incluindo pais,
professores ou funcionários, que será o responsável por orientá-lo no percurso
pedagógico que ele estabelece para si mesmo.
escola da ponte
O método para avaliar como
está sendo a progressão do conhecimento é dialogado e debatido entre eles, num
processo bastante educativo. A metodologia além de estimular a independência
dos alunos, reconhece os diferentes níveis e modos de aprendizagem de cada
estudante.
O processo educativo passa
por três fases, a de iniciação, a de consolidação e a de aprofundamento. Na
iniciação o aluno passa por um período de maior adaptação sendo tutorado em
relação as regras de convívio coletivo e compromissos a serem assumidos.
Na segunda fase a
necessidade de acompanhamento é reduzida e o aluno tem maior independência para
transitar no colégio e gerir seu próprio currículo. O aprofundamento é o
momento que ele começa não apenas a gerenciar suas próprias tarefas, mas também
participar de decisões de âmbito coletivo.
assembleia_escola-da-ponte
A autonomia é incentivada
até mesmo no funcionamento em si da organização escolar, que conta com
assembleias formadas por alunos, professores e funcionários para decisões que
vão desde regras de convívio até festividades.
O que achou delas?
Fonte: escribo.com.br
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