Apenas incentivar a
tecnologia em sala de aula nem sempre leva a um melhor desempenho educacional
para os alunos, é o que diz um novo estudo publicado pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O relatório analisou
níveis de desempenho entre alunos com base no uso da tecnologia em casa e na
sala de aula. Segundo a pesquisa, enquanto o desempenho dos alunos melhora
quando eles usam a tecnologia com moderação, a superexposição aos computadores
e à Internet faz com que os resultados educacionais caiam.
“A tecnologia pode
amplificar um bom ensino, mas não pode substituir o ensino de má qualidade“,
disse Andreas Schleicher, diretor de Educação e Habilidades da OCDE, ao
apresentar os dados. Se os estudantes estão apenas sentados na frente de
computadores copiando e colando a partir do Google, eles provavelmente poderiam
gastar esse tempo de forma mais eficaz em outros lugares, disse ele.
Os dados são baseados em
uma avaliação em 2012, que acompanhou alunos de mais de 40 países com testes
escritos e digitais, realizando também entrevistas sobre hábitos de uso do
computador.
De acordo com o relatório
“apesar de consideráveis investimentos em
computadores, conectividade e softwares para uso educacional, há pouca evidência sólida de que apenas
uma maior utilização de computadores entre os estudantes leva a melhores
pontuações em matemática e leitura”.
A pesquisa sugere que isso
tem acontecido porque apesar das adições tecnológicas advindas com o século 21,
as práticas de ensino do século 20 acabam estagnando o potencial proporcionado
por essas tecnologias, diminuindo a eficácia do ensino.
O estudo relatou também
que estudantes com exposição moderada a computadores obtiveram resultados
melhores do que aqueles com pouca exposição a computadores, mas a OCDE advertiu
sobre tirar conclusões com base nesse resultado.
Os dados poderiam
simplesmente refletir que os sistemas escolares que investem em tecnologia
também acabam investindo em melhores professores e tem como base alunos de uma
classe sócio econômica mais elevada, que tendem se sair melhor na escola.
“Os países com baixas
despesas de educação e baixo rendimento per capita tendem a ter menos
computadores por aluno”, segundo a publicação.
Nesse sentido, enquanto o
acesso dos estudantes aos computadores leva a uma melhor performance geral na
sala de aula, o modo como os computadores são utilizados e a quantidade de
tempo gasto com eles têm grande efeito sobre esse desempenho.
Por outro lado, alunos que
gastam uma quantidade de tempo acima da média na frente de um computador em
atividades na escola apresentaram perfomances piores do que outros estudantes,
incluindo aqueles que não utilizaram computadores.
Em testes de matemática, a
pesquisa constatou que quase todo o tempo gasto no computador levou a um pior
desempenho em ambos os testes, escrito e digital.
Os mesmos resultados foram
encontrados pelos pesquisadores quanto a utilização de computadores para
trabalhos e atividades de casa.
O diretor de Educação e
Habilidades da OCDE Andreas Schleicher não sugeriu que os sistemas de ensino
devam cortar o financiamento a tecnologia; comentou na verdade, que a escola
desempenha um papel importante na introdução de tecnologia para as crianças,
mas que os computadores devem ser usados de
maneira mais prudente.
“Ter
uma estratégia
pensada é importante”.
A conclusão que emerge é
que as escolas e sistemas de ensino de uma maneira geral não estão prontos para
aproveitar o potencial da tecnologia. Muitas vezes tecnologia aumenta a
eficiência dos processos já eficientes, mas também pode tornar os processos
ineficientes ainda mais.
A tecnologia não pode
ajudar os alunos sem apoio adequado e um bom plano de aula, segundo Lan
Neugent, diretor executivo interino do Estado de Tecnologia Educacional
Directors Association, uma organização sem fins lucrativos que foca o uso
tecnologia nas escolas.

“Por que as pessoas acham que apenas
colocar um computador na frente de um criança que vai mudar isso?”
Como já mencionamos em
diversos textos da Escribo, a tecnologia por si só dificilmente conseguirá
resultados satisfatórios, é preciso suporte pedagógico para dar vazão às
potencialidades dessas ferramentas.
E na sua escola, como se
dá o uso da tecnologia?
Fonte: escribo.com.br
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