O Milagre de Anne Sullivan é um filme que nos apresenta a disposição, dedicação e amor da senhorita Sullivan que, a pedido de Alexander Graham Bell, torna-se professora e amiga de Hellen Keller. Esta amizade só termina em 1935 com a morte de Anne Sullivan. Vale lembrar que o filme é baseado em fatos reais contando, assim, a história da vida de Hellen Adams Keller que mais ou menos aos dezoito meses, devido a um tombo, torna-se cega e surda.
A história dos surdos registra os
acontecimentos históricos dos surdos, como grupo que possui uma língua, uma
identidade e uma cultura.
Ao longo das eras, os Surdos
travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade
surda, da sua língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm
hoje, na era moderna.
No Egito, os Surdos eram
adorados, como se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os
Faraós, sendo temidos e respeitados pela população.
Na época do povo Hebreu, na Lei
Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos Surdos.
Grécia
Na Antigüidade os chineses
lançavam-nos ao mar, os gauleses sacrificavam-nos aos deuses Teutates, em
Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os Surdos eram encarados
como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por
não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença, comum na
época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não recebessem educação secular, não
tivessem direitos, fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais
e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à morte. No entanto, em 360 a .C., Sócrates, declarou
que era aceitável que os Surdos comunicassem com as mãos e o corpo. Séneca afirmou:
Matam-se
cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças
das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os
fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos,
afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas
inúteis das saudáveis.
— '
Os Romanos, influenciados pelo
povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos Surdos, vendo-o como ser
imperfeito, sem direito a pertencer à sociedade, de acordo com Lucrécio e
Plínio. Era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio
Tibre, para serem cuidados pelas Ninfas. O imperador Justiniano, em 529 a.C.,
criou uma lei que impossibilitava os Surdos de celebrar contratos, elaborar
testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com exceção dos
Surdos que falavam).
Roma
Em Constantinopla, as regras para
os Surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os Surdos realizavam
algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou
como bobos, de entretenimento do sultão.
Mais tarde, Santo Agostinho defendia
a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a pagar por algum pecado que
haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos,
que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à salvação da alma.
Os cristãos, até à Idade Média,
criam que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, não possuíam uma alma
imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos.
John Beverley, em 700 d.C.,
ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em que há registro). Por essa
razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de Surdos.
É só aqui, no fim da Idade Média
e inicio do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a
perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica
médica e científica.
Até à Idade Moderna
Foi na Idade Moderna que se
distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou
de ser a designação do Surdo.
Pedro Ponce de León, um monge
católico da ordem dos beneditinos, inicia, mundialmente, a história dos Surdos,
tal como a conhecemos hoje em
dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid,
ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas
nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que
pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os
Surdos, na época, era tão somente economica). León desenvolveu um alfabeto
manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia
de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que
comunicavam entre si desta maneira pelo fato de terem feito voto de silêncio).
Nesta época era costume que as
crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento fossem filhas de pessoas
que tinham uma situação economica boa. As demais eram colocadas em asilos com
pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que
pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".
Juan Pablo Bonet, aproveitando o
trabalho iniciado por León, foi estudioso dos Surdos e seu educador. Escreveu
sobre as maneiras de ensinar os Surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto
manual. Bonet proibia o uso da língua gestual, optando o método oral.
John Bulwer, médico inglês,
acreditava que a língua gestual deveria possuir um lugar de destaque, na
educação para os Surdos; foi o primeiro a desenvolver um método para comunicar
com os Surdos. Publicou vários livros, que realçam o uso de gestos.
John Wallis (1616-1703), educador
de Surdos e estudioso da surdez, depois de tentara ensinar vários Surdos a
falar, desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais ao ensino da escrita.
Usava gestos, no seu ensino. George Dalgarno desenvolveu um sistema inovador de
dactilologia. Konrah Amman, defensor da leitura labial, já que considerava que
a fala era uma dádiva de Deus que fazia com que a pessoa fosse humana (não
considerava os Surdos que não falavam como humanos). Amman não fazia uso da
língua gestual, pois acreditava que os gestos atrofiavam a mente, embora os
usasse como método de ensino, para atingir a oralidade.
França
Charles Michel de L'Épée, nascido
em 1712, ensinava, numa primeira fase, os Surdos, por motivos religiosos.
Muitos o consideram criador da língua gestual. Embora saibamos que a mesma já
existia antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua realmente existia e que
se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática). As suas
principais contribuiçõs foram:
criação do Instituto Nacional de
Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola de Surdos do mundo);
reconhecimento do Surdo como ser
humano, por reconhecer a sua língua;
adoção do método de educação coletiva;
reconhecimento de que ensinar o
Surdo a falar seria perda de tempo, antes que se devia ensinar-lhe a língua
gestual.
Jacob Rodrigues Pereira, educador
de Surdos que usava gestos mas sempre defendeu a oralização dos Surdos. Nunca
publicou nenhum dos seus estudos. Thomas Braidwood, fundou uma escola de
Surdos, em Edimburgo (a primeira escola de correção da fala da Europa). Samuel
Heinicke, ensinou vários Surdos a falar, criando e definindo o método hoje
conhecido como Oralismo.
Até à Idade Contemporânea
Depois da Revolução Francesa e
durante a Revolução Industrial, entrou-se numa era de disputa entre os métodos
oralistas e os baseados na língua gestual. Roch-Ambroise Cucurron Sicard foi um
abade francês, famoso pelo seu trabalho como educador de Surdos; Sicard fundou
a escola de Surdos de Bordéus, em 1782, posteriormente sucedeu a L'Épée, como
director do instituto criado pelo mesmo, também apoiou a criação de vários
institutos de surdos em todo o país. Pierre Desloges, francês, tornou-se surdo
aos 7 anos, devido à varíola, foi defensor da língua gestual, tendo sido autor
do primeiro livro publicado por um surdo, onde revelava a sua indignação contra
as ideias do Abade Deschamps, que havia publicado um livro que criticava a
língua gestual. Desloges, a esse respeito, declarou o seguinte:
Tal
como o francês vê a sua língua desvirtuada por um alemão que apenas conhece
algumas palavras da língua francesa, penso que devo defender a minha língua
contra as acusações falsas deste autor.
— '
Desloges, em seu livro, defende a
ideia de que a língua gestual (Antiga Língua Gestual Francesa) já existia,
mesmo antes do aparecimento das primeiras escolas de surdos, como criação dos
surdos e sua língua natural.
Jean Itard, primeiro médico a
interessar-se pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas, usava os
seguintes métodos nas suas pesquisas: cargas elétricas, sangramentos, perfuração
de tímpanos, entre outras.
Jean Massieu foi um dos
primeiros professores surdos do mundo.
Laurent Clerc, surdo francês,
educador, acompanhou Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde
abriram uma escola para surdos, em Abril de 1817, a Escola de Hartford.
Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual Americana, passou ainda a ser
usado o inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se
reformou, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos.
Edward Miner Gallaudet, filho
de Thomas Gallaudet e também educador de surdos, lutou pela elevação do
estatuto do Instituto de Colúmbia a colégio. Esse colégio deu origem, em 1857,
à Universidade Gallaudet, onde for presidente por 40 anos.
Nesse ínterim, Alexander
Graham Bell, cientista estadunidense, trabalhava na oralização dos
surdos. Casou com uma surda, Mabel. Bell era grande defensor do oralismo e
opunha-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as
considerava como um perigo contra a sociedade. Assim sendo, Bell defendia que
os surdos não deveriam poder casar entre si e deveriam obrigatoriamente
frequentar escolas normais, regulares. No entanto, em 1887 Bell, no Congresso
de Milão, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se
isso não resultasse, então poderiam ser expostos à língua gestual. Esta luta
entre o oralismo e a língua gestual continua até aos nossos dias.
Hellen Keller
Em 1880 nasce Hellen Keller, nos
Estados Unidos. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de
uma doença. Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos (br: sinais) para
se comunicar com os familiares. Anne Sulivan, a professora de Hellen,
isolou-a do resto da família, conseguindo assim disciplinar e ensinar Hellen.
Sullivan ensina a Hellen usando o método de Tadona, que consiste em tocar os
lábios e a garganta da pessoa que fala, sendo isso combinado com dactilologia
na palma da mão. Hellen aprendeu a ler inglês, francês, alemão, grego e latim,
através do braile. Aos 24 anos formou-se, em Radcliffe. Foi sufragista,
pacifista e apoiava o planejamento familiar. Fundou o Hellen Keller
International, uma organização para prevenir a cegueira. Publicou muitos livros
e foi galardoada por Lydon B. Johnson, como a Presidential Medal od Freedoms.
Associativismo
Quando Sicard morreu, o Instituto
Nacional de Surdos-Mudos de Paris iniciou um período conturbado. Além de
sucessivos diretores que nunca conseguiram estabelecer uma liderança forte, as
questões institucionais eram tratadas como questões familiares e o Instituto
começou a perder crédito. Como ao longo de toda a história dos surdos, nesta
época a luta entre adeptos do oralismo e do gestualismo continuava, dentro e
fora do Instituto.
Bébian fundou uma escola privada
para surdos, em Paris, onde usava o seu defendido método oralista, sendo
proibido aos alunos do Instituto Nacional que contatassem com Bébian, quer
dentro quer fora do Instituto.
Em 1829 o Instituto tinha apenas
dois professores Surdos e apenas alunos do sexo masculino usufruíam de suas
aulas; não existiam pessoas Surdas no conselho diretivo, no conselho consultivo,
na formação vocacional, nem mesmo entre os monitores. Por estarem cientes
destes problemas, alguns professores uniram-se na tentativa de mudar o rumo da
situação e surgem então duas frentes ideológicas, de um lado os defensores do
método oralista, de outro lado os defensores do gestualismo.
No final de 1830 houve um grande
movimento de pessoas Surdas, que mexeu com as bases do instituto. Ferdinad
Berthier, líder de uma delegação de surdos, escreveu ao Rei Luís Filipe, de
França, pedindo a readmissão de Bébian na direção do Instituto - o que chocou
de tal modo a administração do Instituto que apenas aumentou as lutas e os
desentendimentos de adeptos oralistas e gestualistas, que entraram em ruptura.
Nesta época, quase todas as
escolas de Surdos em França usavam os métodos de Bébian na educação dos surdos
e criticavam as posições do Instituto.
Em 1834, um comitê de dez membros
Surdos liderados por Berthier organizou um banquete em honra do Abade de L'Épée,
banquete esse que se tornou um evento anual, usado pelos Surdos como fórum a
fim de publicar as suas ideias e exigências. Nascia assim o Movimento Surdo, numa época em
que pessoas Surdas tomavam conta de suas vidas e tomavam consciência do que os
rodeava, lutando por seus direitos e resolvendo seus próprios problemas. Com o
tempo, estes banquetes tornaram-se festivais de Língua Gestual.
Em 1838 foi fundada a Sociedade
Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos - a primeira associação de
Surdos do mundo.
Congresso de Milão
Antes do Congresso, na Europa,
durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos
surdos: o gestualismo (ou método francês) e o oralismo (ou método alemão). A
grande maioria dos surdos defendia o gestualismo enquanto que apenas os
ouvintes apoiavam o oralismo - por exemplo Bell, nos EUA, fazia campanha a
favor deste método, entre muitos outros professores, médicos, etc.
Em 1872, no Congresso de Veneza, decidiu-se o seguinte:
O meio humano para a comunicação
do pensamento é a língua oral;
Se orientados, os surdos lêem os
lábios e falam;
A língua oral tem vantagens para
o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística
O Congresso de Milão, em 1880,
foi um momento obscuro na História dos surdos, uma vez que lá um grupo de
ouvintes, tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos,
substituindo-a pelo oralismo (o comitê do congresso era unicamente constituído
por ouvintes.). Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na
educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.
O Congresso durou 3 dias, nos
quais foram votadas 8 resoluções, sendo que apenas uma (a terceira) foi
aprovada por unanimidade. As resoluções são:
O uso da língua falada, no ensino
e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual;
O uso da língua gestual em
simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afecta a fala, a leitura
labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser
preferida;
Os governos devem tomar medidas
para que todos os surdos recebam educação;
O método mais apropriado para os
surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a
escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a
maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e
formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
Os educadores de surdos, do
método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta
matéria;
Os surdos, depois de terminado o
seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por
isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se
desenvolve com a prática;
A idade mais favorável para
admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança
deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve
ter mais de 10 alunos em simultâneo;
Com o objetivo de se implementar,
com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém
admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas
mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam
recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos
antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
Uma década depois do Congresso de
Milão, acreditava-se que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido
das escolas em toda a Europa, e o oralismo espalhava-se para outros
continentes.
Durante o século XX
Em resultado da evolução nos
campos da tecnologia e da ciência, no século XX, particularmente no campo da
surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo oralismo (que encara a
surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez[11]
os insucessos do oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados
no método não os ajudava a conseguir um emprego, comunicar com ouvintes
desconhecidos ou manter uma conversa fluída.
Entretanto, surge o primeiro
aparelho auditivo, em 1898. Na Antiguidade, os aparelhos usados eram cornetas,
ou tubos acústicos, mas a ampliação electronica começou com Bell, em 1876,
quando inventou o telefone com a intenção de amplificar o som para a sua esposa
e mãe, ambas surdas, ideia que é concretizada em 1900, em Viena, por Ferdinand
Alt. Só em 1948 surgem aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 começou a
ser usado o transístor em próteses.
Em 1970 aparecem as primeiras
tentativas de implantação coclear. Esse tipo de implante sempre gerou muita
controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. Os argumentos a favor do
implante resumem-se ao acesso à língua oral, na idade crítica de aquisição, que
a cirurgia é simples e segura e com a possibilidade de proporcionar à criança
de ter uma vida social com som, e não com deficiência. No entanto, a comunidade
surda, como um todo, é contra a implantação coclear em crianças surdas, antes
da aquisição da linguagem.[19][20] Pensa a comunidade que obrigar a criança
surda a ser ouvinte, mesmo não sendo, influencia outros a negligenciar
necessidades e meios de apoio à deficiência. Muitos médicos recomendam que o
implante coclear seja acompanhado com a língua gestual, especialmente nos
primeiros anos da criança, a fim de assegurar o pleno desenvolvimento cognitivo
da criança. Segundo fontes médicas, os riscos do implante coclear incluem:
infecção, vertigem, estimulação retardada, forte exposição a campos magnéticos,
necessidade de acompanhamento médico por toda a vida.
Segunda Guerra Mundial
Em 1920, antes da chegada dos
nazis ao poder, surgiu nos EUA e na Alemanha um movimento da comunidade médica,
com apoio das sociedades em questão, em prol da esterilização de doentes
mentais e psicopatas criminosos (na Alemanha este movimento ficou conhecido
como higiene racial). Em 1933, com a chegada dos nazis ao poder, este movimento
teve suporte político. Nesse mesmo ano, na Alemanha, foi aprovada uma lei para
esterilizar as pessoas portadoras de doenças genéticas transmissíveis,
incluindo a surdez.
Na época, Berlim continha cerca
de vinte e cinco comunidades de Surdos.
Em Junho de 1933, o jornal alemão
mencionou o primeiro Surdo a pertencer às S.A. e uma unidade militar composta
dos Surdos; um ano mais tarde, esta unidade foi dissolvida, sob pretexto de que
o grupo não reunia o perfil da imagem do nazismo ideal.
Entretanto, os Surdos começaram a
perder os seus direitos:
os programas recreativos para
surdos foram extintos;
crianças surdas foram expulsas
das escolas e denunciadas às autoridades;
gradualmente, as escolas de
Surdos foram encerradas e convertidas em hospitais militares.
Dados comprovam que, em 1937, 95%
das crianças surdas pertenciam à juventude hitleriana, tendo a letra G (em
alemão, inicial de gehoerlosan) marcada no ombro do casaco.
Posteriormente, assim que começou
a guerra, a Alemanha passou da esterilização para a eutanásia, tanto por razões
económicas, como por razões ideológicas. Em 1941, era comum o uso de eutanásia
nos hospitais, onde eram mortos bebês com deficiência, incluindo surdos.
Posteriormente, tornou-se comum a prática do aborto, que era aplicada quando se
suspeitava que os fetos poderiam ter deficiências congênitas, ou qualquer tipo
de doença, como no caso da surdez.
Poucos surdos escaparam,
sobrevivendo em guetos e nos campos de concentração na Alemanha, Polônia e
Hungria.
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