por Osvaldo de Souza*
Não podemos lidar com este
(novo) mundo, como lidávamos no século passado (ou outro qualquer).
O mundo é
novo, mas a escola é antiga. O mundo é dinâmico demais para mantermos as antigas
maneiras de controle e tratamento. São antigas sim, mas aqui não existe juízo
de valor no sentido de melhores ou piores. Estes juízos não cabem para fenômenos
tão diversos como as concepções de visões de mundo que estamos tratando aqui.
A velocidade deste mundo é
maior. Fato (?).
A Terra já não gira mais a
0,5 quilômetro por segundo. Ela gira agora na velocidade de gigabytes por
segundo. Vimos há pouco tempo o livro lançado pelo Nicolas Carr, a colocação de
um fator deste novo mundo em evidência: a internet. Ela poderia então mudar a
forma do homem pensar. Uma forma mais fragmentada e muito mais dinâmica. Com
mais informação e, possivelmente, menos conhecimento.
Esta (a internet) é apenas
uma das faces da mudança que nos envolve. A quantidade de pessoas no mundo, a
quantidade de informação disponível (por diferentes mídias), a urgência pelo
ambiente global, a diminuição de relações familiares, as novas relações com o
imponderável.
Todas estas mudanças, que
não são nem boas nem ruins, não me cabe julgar, não aqui, são mudanças que
devem ser pensadas pelo viés dos novos tratos com as pessoas. Num mundo que
muda todos os dias, não podemos continuar fazendo as mesmas coisas. Mas a
educação continua.
A escola é a mesma de
sempre.

A postura educacional
frente ao mundo mudou muito pouco nos referenciais teóricos, e nos referenciais
práticos mudou menos ainda. Ou seja, o chão da escola, o dia a dia escolarcontinua o mesmo.
O problema é que o jovem
não vive apenas na escola. Está constantemente em contato com o mundo externo
(realmente ela muitas vezes parece uma bolha, ou uma cápsula do tempo que se
preservou desde que foi criada até nossos dias), os educandos estão interagindo
com este mundo e o mundo com eles.
Desta forma não podemos
continuar ignorando estes fatos.
Não é possível que
continuemos querendo que eles permaneçam sentados esperando pelos depósitos
diários de informação passiva.
Este dinamismo precisa
entrar na escola. Os educandos precisam se tornar agentes no processo
educativo. O professor deve se atualizar, a escola precisa se modernizar, caso
contrário, como muitas coisas antigas, pode se tornar obsoleta.
Como sempre faço mais
perguntas do que dou respostas. Não sei a solução (inclusive, esta é uma
expressão que precisa entrar mais no cotidiano escolar), mas quero buscar,
junto com vocês.
* Osvaldo de Souza é
professor de Física e Ciências Naturais em São Paulo.
Fonte: Aprendiz Uol
AGORA UM VÍDEO PRA REFLETIRMOS SOBRE O PAPEL DA ESCOLA
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